terça-feira, 10 de junho de 2008

A agência Lusa

“Não esquece de uma coisa, para o resto da tua vida como profissional:
Todas as fotografias que tirar são para a capa!”
Luigi Bongiovanni

A Agência Lusa nasceu no ano de 1987, fruto da fusão de duas agências portuguesas: agência Notícias de Portugal (NP) e outra agência que os membros da NP viriam a criar em cooperação com o Estado português: a Agência Noticiosa Portuguesa (ANOP). A Lusa possui delegações em todos os concelhos de Portugal, nos PALOP, na Europa, na China e em Timor Leste. A agência portuguesa conta ainda protocolos com a European Photo Agency (EPA), o que a possibilita contar com imagens de profissionais espalhados por quase todo o globo, além de possuir fotorepórteres em Lisboa, no Porto, em Faro, em Coimbra, no Funchal, em Ponta Delgada e Macau[1].

A agência Lusa não possui um fotorepórter próprio em Timor Leste, contando apenas com a colaboração de um fotojornalista da agência EPA. Estando em Macau, não era distante pensar em Timor e aproveitar para chamar a atenção de Lisboa. Independentemente da data em que terminasse o meu estágio em Macau, seria Timor Leste a próxima paragem. Numa dessas situações da vida que algumas pessoas preferem chamar de “coincidências”, encontrei-me em Macau com o director adjunto da Lusa, e expliquei-lhe as minhas intenções. Neste encontro consegui o primeiro (e único) contacto em Díli, e no mesmo dia avisei a direcção MDT que no término do estágio rumaria para Timor Leste. E assim foi. Em Fevereiro de 2007 já me encontrava na capital timorense e as tais “coincidências” voltaram a acontecer. Três dias depois da minha chegada a Díli, o presidente José Ramos Horta é alvejado depois de uma tentativa de sequestro liderada ex-integrantes das Forças de Defesa de Timor Leste (F-FDTL), entre eles o ex-major das Alfredo Reinado, morto durante a diligência .

As rotinas

Os dias que se seguiram foram de intensivos trabalhos fotográficos para agência portuguesa num regime freelancer. O meu contacto em Díli, Pedro Rosa Mendes, jornalista e delegado da Lusa em Timor Leste, orquestrava os trabalhos na sede da delegação. Paulo Carriço, editor de fotografia da agência, dava as coordenadas adicionais por telefone a partir de Lisboa. Para mim, como futuro profissional, era a hora da verdade. Conferências de Imprensa[2], entrevistas[3], o funeral do ex-major[4], peticionários a renderem-se em massa[5] e alojados em sítios vigiados pelo exército[6]. Tudo isto, até a uma certa altura, sob a iminência de uma guerra civil.
As baterias do telemóvel e da máquina fotográfica eram recarregadas todas as noites enquanto o corpo descansava. Os cartões de memória suplentes andavam sempre nos bolsos, os nomes de personalidades e de sítios preenchiam a agenda de contactos. Não havia tempo para falhas.
[1] SOUSA, Jorge Pedro (1997) – Fotojornalismo Performativo – O serviço de fotonotícias da agência Lusa de informação.

[2] Anexo 15
[3] Anexo 16
[4] Anexo 17
[5] Anexo 18
[6] Anexo 19

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